Eu olhava para cima e me perguntava, me esquentando com os raios solares de fim de tarde.
Nem sei ao certo, devo ter visto sem me lembrar. Na minha lista, tinha um pôr do sol a ser curtido em sua total extensão. Ser testemunha de um espetáculo divino que nem nos damos conta e que é tão poderoso.
Enquanto o espetáculo não se anunciava, eu me deixava "ventar" na praia.
Vento leva meus cabelos e pensamentos.
O sol nasce e o sol se põe todos os dias. Nós, como o sol, nascemos e nos "pomos" todos os dias.
Será que aquela energia solar penetra dentro de nós? Brilhamos a cada dia?
Talvez, no pôr do sol, eu tivesse mais perguntas que respostas.
Dois cocos e Búzios.
A tarde na praia estava movimentada. Mar gostoso, tranquilo, como se adivinhasse a tranquilidade do pôr do sol. Banhistas mergulhando - santo remédio o mergulho no mar e minha observação de momento.
Ah, o espetáculo! O espetáculo só existe quando existe também o espectador atento. Se você não atentar para a beleza e a peculiaridade do que vê à sua volta, só verá rotina. E o espetáculo estava logo ali, de graça para todos, todos os dias.
Mais do que nunca, eu estava atenta aos espetáculos ao meu redor. Consciente e o espetáculo começou.
Lá estava o rei sol preparando sua saída para permitir a entrada de outro brilho. Os brilhos que se intercalam quando permitimos. A natureza faz isso tudo sozinha.
Na minha frente, uma cadeira com mais uma espectadora. Apesar do barulho à volta, eu ouvia silêncio.
Reparem que não há sombra de quem anda à beira do mar no entardecer.
As pessoas se movem adiante, acompanhadas de si mesmas, sem sombras.
E tirei fotos, muitas fotos e, no meio das fotos, um ponto vermelho. Em algumas fotos, o ponto aparece. Em outros, ele some. Que os fotógrafos me expliquem o que aconteceu.
Enquanto o sol baixava, a praia esvaziava. E eu permaneci sentada silenciosa. Que maravilha, que show da natureza.
Em volta o escuro começava a se destacar mais que o claro. No entanto, você pode ver clareza no escuro como eu via agora. Uma clareza radiante. Ou, como outras pessoas, veem o escuro na clareza. Pontos de vista de pôr do sol e de vida. Vejamos a clareza, lhes peço.
Fotografei as nuvens se organizando, os últimos praieiros partindo e, numa última foto, vi o sol se pôr.
A noite chegou. E o pôr do sol continua a brilhar e pedindo para eu voltar. Voltarei.
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Vera Lorenzo