21 de abril de 2013

Tempestade de areia

Em Las Vegas passamos por uma tempestade de areia. Muita areia para tapar a visão de quem vinha pelo meio da estrada e do deserto.

Uma imagem quase surreal. Só podíamos enxergar alguns metros à nossa frente. Mais nada.
E aquela areia açoitava o carro, batia fortemente contra as janelas e sacudia e empurrava o carro para fora da estrada.

Havíamos de mostrar resistência e força. E era necessário enxergar sem ver lá na frente. O nosso campo de visão era restrito e, nesse campo, tínhamos que definir percurso e estratégia.



Para ver no escuro, ligamos nossa própria luz. A luz do carro que conhecíamos e era o único meio de ajudar na visão.


À nossa frente muitos carros dirigindo devagar com medo do que lhes aguardava mais adiante. Não havia como continuar às pressas. Precisávamos enxergar. Mesmo sem ver.

Prosseguimos cautelosos a cada metro. Percebendo por onde andávamos e onde avançar. Passo a passo de um carro e um percurso de vida qualquer. Nem sempre a velocidade é o que importa. O importante é dar um passo de cada vez e em frente. Se olhasse bem mais longe, veria a luz no meio da tempestade.

Obviamente que o trânsito parou. De medo. Aquela parada medrosa no meio do desconhecido, não nos possibilitando nada mais do que esperar. E enxergar além, era o que nos pedia o instante tempestuoso.


Ali no meio do nada, sem controlar as transmutações das horas, ficamos parados. Parados em corpo, minha mente ensandecida pedia explicações plausíveis para a parada. O que significaria parar agora que estávamos entre uma diversão e outra, entre uma cidade e outra, entre férias e férias? Aquela parada súbita me fez entender que é preciso refletir. Mesmo quando não nos damos conta, é fundamental nos re-orientar, entendermos o que se passa e o porquê do que passamos. Nada é à toa.


Volumosas quantidades de areia embaçavam a visão, açoitavam o carro e sacudiam a carroceria. Era o que se passava ali no agora do momento. Contudo, me propus a olhar o além, enxergar onde ninguém poderia ver.

E via com meus óculos multicores: verdes, azuis, vermelhos, brancos. Via flores e esperanças. Via saída para a situação onde todos só enxergavam a tempestade. Havia muitas cores depois da tempestade de areia.


E eis que me deparo com questões da vida. Entender que, mesmo na tempestade de areia, há o que aprender e há que se perceber no além tempestade.

Vamos concentrar nossos olhos no além da visão. Saber que há ensinamentos a caminho e haverá mais luz no fim do túnel.


E foi isso que aconteceu. O sol surgiu para anunciar o fim da tempestade.
Que venham as tempestades e os ensinamentos.

Beijos de sol.

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Beijos
Vera Lorenzo

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