27 de fevereiro de 2013

Os 49 se aproximavam

A verdade é que muita coisa já aconteceu antes dos 49. 
Até porque a vida não pára e estive muito mais atenta aos meus desejos, sonhos no último ano que passou.

Chegar aos 49 significaria uma aproximação à primeira parte da vida. 

Para conseguir alçar os novos voos, contei com muita ajuda pelo caminho. Acuada pela depressão (no momento sob controle, às vezes ela me dá uma rasteira) desde 2007 e tomada pela menopausa e todos os contratempos que ela traz como humor, insônia, uma faceta meio depressiva, me vi contra o muro e dentro do meu buraco, minha caverna, meu quarto que me alojou e me suportou nos momentos mais difíceis.




Só essa saída da caverna já valeria como ponto de partida. Procurei os amigos - amigos são família, família são amigos - para que me ajudassem e me indicassem apoio. E foi a minha amiga Adriana Riemer que, em 2010, salvou um nome e um telefone no meu celular que me colocaria no prumo novamente.

Quem já foi acometido de depressão leve, forte, de todos os gêneros, certamente sabe da dificuldade de simplesmente ir ao telefone, colocar o aparelho na mão e ligar. Muito mais complicado ainda é se locomover ao local marcado, na hora marcada.

Coisas simples assim, movimentos tão óbvios que me estranhavam e me obstruíam as veias e artérias, ou seria meu próprio mundo? A única exceção seria o trabalho. Para o trabalho e minha sobrevivência e sobrevivência dos meus filhos, conseguia sair do amontoado da toca e, vez por outra, marcar e visitar clientes. Pesada, gorda e ainda assim levava comigo o brilho dos olhos e a coragem e entusiasmo com pessoas que nunca me deixaram. 

Cá com meus pauzinhos: sobrevivência é um caso sério. Eu poderia estar no buraco mais fundo, nas maiores profundezas que a  sobrevivência falaria mais alto, gritaria. O que eu fazia (e sempre achei normal que assim o fizesse) achava o normal entre as pessoas e só agora me deparo com a realidade: quantas e quantas pessoas se perdem na depressão e nem do ninho saem?

Em 2010, depois de ser chamada a atenção por Adriana que me perguntava insistentemente se eu havia discado o número guardado na memória, deixei de relutar. 

Foi aí, na descoberta de uma das melhores profissionais do planeta, Eliane, que encontrei meu espelho e uma pequena trilha para dar os primeiros passos novamente. Talvez o relato seja simplificado, porque meu foco é a vida, o reencontro com a vida.




Aí você me pergunta: e quando a pessoa não tem dinheiro para encontrar bons profissionais pela estrada afora? Respondo prontamente: a grande arte é descobrir no seu mundo, perguntar, interpelar, trocar figurinhas o tempo todo que os profissionais aparecerão, as pessoas-chave estão por aí. Há muita gente fazendo o bem em todas as vertentes, com ou sem valores atrelados. Há ajuda para todos os bolsos. Inclusive a minha nesse momento mais adiante em 2013.

Se eu pudesse inspirar pessoas, fazer emergir os menos aventurados de suas tocas, de suas entranhas, contarei como minha vitória também. Existe sentimento melhor do que estar bem e contaminar de bem o próximo?

Junto com a Eliane, encontrei outro número de telefone e indicação que já trazia comigo há tempos: Vladimir - o homem da acupuntura, da serenidade, da massagem, da coluna, do corpo e alma.

Vladimir me achou inerte lá por meados de 2010, nem da cama eu conseguia sair, nem falava. Insistiu em enfiar em mim as agulhas e eu reagi timidamente, mas reagi.

Estava achada em 2010. 


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Vera Lorenzo

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