O silêncio inevitavelmente fala. Portanto o meu silêncio após os 50 anos tem voz.
Foram 50 anos falando, 50 anos de movimentos, de comunicações, desafios, sonhos, 50 longos anos. 50 maneiras diferentes de renovar, renascer, revigorar. 50 tons de todas as cores, de todos os amores.
50 parênteses que se abrem para os novos 50.
Respiração cadenciada. Quietinha. Parada categórica para relaxar os músculos do corpo, da alma. Olhar ao redor e perceber que se acerta, que se erra, vida cheia de imperfeições.
Incomoda-me a distância que alcei das palavras e dos textos. Quero sempre cola, grude, pertidão, afeto linguístico. Nada cobre os buracos que a falta das palavras deixa entreaberta.
Se o silêncio entrou na vida e assim permaneceu algumas semanas, perdoo a mim mesma e promovo um novo encontro. Sei da minha missão na vida. No meio da calada do dia, faço as pazes, beijinho no ombro após uma noite bem dormida. Enfim, o repouso da guerreira.
Acordo aberta ao sol e à brisa e refeita. Em tons de verde.
Que venham mais 10, 20, 50 animados, complexos, doces e provocadores anos como só a vida sabe nos proporcionar.
Abro os parênteses, alma e coração e me deixo levar. E volto a falar por linhas e entrelinhas.
Finalmente voltei às letras.
Beijos e vamos manter o contato e a força das palavras.
7 de abril de 2014
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Vera é sempre um prazer aparecer por aqui e ler seu pensamento, sua vida, sua alma. Me identifico e muito com várias das experiências de sua vida e dessa sua passagem dos 50. Também tive essa prova de fogo e passei!!! O silêncio tem me cobrado um pouco de tempo e dedicação a ele mas nessa vida louca que vivemos fica realmente difícil doar alguns minutos a ele. Mas estou tentando e também me perdoando. Que venham todos os anos necessários a você e a sua realização pessoal. Beijos
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