No meio do turbilhão de atividades a fazer, trabalhar, reger a empresa, o desafio é assimilar um jeito novo de falar, um idioma que se usa as mãos como interpretação dos sentidos.
Aprender um idioma é fecundar o terreno para aventuras verbais. Em Italiano, o plural do masculino acaba com i. Eu sou Io. Io sono brasiliana. La vita é bella.
Apesar de não estarmos atentos às desvinculações de pensamentos, repare nos seus sentidos quando fala ou ouve outro idioma. O que nos traz, o que nos diz, o que há de diferente no ar?
Italiano me traz batidas do coração aceleradas. Vontade fortíssima de comer uma deliciosa massa. Uma secura ímpar na boca em busca do vinho. Um romantismo inenarrável.
As massas, a pulsação, a religiosidade.
O vinho e panni. Deliciar-me com sutilezas inusitadas de dias comuns.
A combinação de idiomas, sons e palavras cria um repertório muito mais vasto do que a nossa rápida imaginação supõe. Se eu me permito me permear de Italiano, se eu me permito me levar pelas deliciazinhas do momento que vivo, vivo mais meus minutos.
Por mais esquisito que pareça, acredito que os idiomas - inclusive o próprio - liberam endorfinas singulares se nos dermos conta de sua força, da força da palavra que emitimos. Como no momento em que ouvia o Papa no Vaticano e minhas pernas tremiam, coração disparado ao me deparar com as palavras fortes dele mesmo sem entender a maior parte do discurso.
Palavras têm poder. Poder vital.
Quando eu olho para cima, lá para o céu, me percebo outra emitindo sons e curtindo a reverberação das palavras. Me calo e ouço o silêncio falar.
Me perder e me achar nos rumos do destino e do desconhecido.
Rezar para absorver a vida como ela é ou como eu quero que seja.
Entender que a palavra é revigorante e determinante.
Em Português, em Italiano ou no idioma que seu coração escolher.
Façamos nova escolha de palavras.
Baci.
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Beijos
Vera Lorenzo